Violência sexual e sexismo linguístico: Das tramas da literatura obrigatória de vestibular à realidade
Palavras-chave:
Linguística, Violência, Gestão de pessoas, Sexismo, Colegial, Engenharia.Resumo
A literatura obrigatória para os vestibulares nos trazem temas e problemas a serem pensados, tais como a violência sexual e sua naturalização e/ou seu silenciamento, os quais são presentes no cotidiano escolar, seja no ensino médio, técnico ou nas engenharias. O objetivo foi analisar discursivamente o romance Til de Alencar com o intuito de se perceber as relações sociais sexuais equivocadas que geram o sexismo linguístico e a violência, as quais se fazem presentes tanto na ficção quanto na realidade. O estudo é bibliográfico e qualitativo. Metodológica e teoricamente se assentou na análise de discurso francesa, especialmente, os estudos foucaltianos sobre o discurso, a literatura e relações sociais de sexo na escola e no mercado de trabalho. Os resultados apontam que o sexismo linguístico que provoca a violência na literatura, não se difere daquele praticado no âmbito escolar. Há necessidade de se pensar a gestão de pessoas e como as relações sociais de sexo interferem no âmbito escolar. A Educação Linguística poderia ser o primeiro passo para melhorar as relações entre as pessoas e essa implica saber se expressar, ter consciência de que os efeitos de sentido das palavras que proferimos podem gerar a cura, o adorno ou a morte.
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